quarta-feira, 18 de março de 2009

MÁRIO QUINTANA

RECORDANDO A VIDA:

Recordo ainda... e nada mais importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, nem sempre, de lembrança,
algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de desesperança
soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei em galharia torta
todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após eu segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

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